CBAt deixa maratonistas com índice A da Iaaf fora das Olimpíadas
03/05/2012 - Atualizada às 11:53
Na segunda-feira (30/04) a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) divulgou os nomes dos atletas que disputarão a Maratona dos Jogos Olímpicos de Londres, em agosto. Entre os homens, vão três representantes, o máximo permitido por país. Na categoria feminina, apenas uma corredora – exatamente o mesmo cenário de quatro anos atrás.
Desta vez, no entanto, as corredoras que ficaram de fora chegaram muito perto. Marily dos Santos – maratonista solitária do Brasil nos Jogos Olímpicos de Pequim em 2008 – fez 2h31min55 na Maratona de Pádua (22/04), na Itália.
O índice da CBAt é de 2h30min07. Cruz Nonata, por sua vez, correu a Maratona de Viena (15/04) e marcou 2h32min46. Se fosse utilizado o índice da Associação Internacional das Federações de Atletismo (Iaaf), ambas fariam companhia para Adriana Aparecida da Silva, única classificada.
Entenda os índices- A Iaaf define os índices que devem ser utilizados como valores mínimos por cada federação, mas cada nação adota diferentes critérios de definição. Os Estados Unidos, por exemplo, realizaram uma única prova, em que os três primeiros colocados garantiram vaga nas Olimpíadas – todos tiveram tempo mais rápido que o índice A da Iaaf.
Já o Quênia optou por indicar seus atletas. A federação local divulgou em janeiro uma lista de seis pré-candidatos para cada modalidade (masculina e feminina) e no final de abril elegeu três de cada, de acordo com a consistência demonstrada neste ano – o atual recordista mundial, por exemplo, ficou de fora .
No caso da CBAt, foi estabelecido um critério tendo em vista a competitividade que os brasileiros podem ter nos Jogos Olímpicos. Para estimular a melhora no nível nacional, foi tomado o 12º tempo nas últimas maratonas oficiais da Iaaf – isto é, Mundial de Daegu (2011), Mundial de Berlim (2009) e Jogos Olímpicos de Pequim (2008) – e feita uma média.
Esta média é o índice da CBAt. No masculino, quatro fizeram o índice e os três primeiros se classificaram. No feminino, o índice de 2h30min07 foi considerado muito duro – apenas duas brasileiras tinham conseguido bater a marca na história até Adriana conquistar a vaga, na Maratona de Tóquio (26/02).
Mais ainda, a disparidade do índice feminino nacional em relação ao critério da Iaaf é muito grande se comparado ao masculino. Confira a diferença:
Masculino
Feminino
Pelo índice A da Iaaf, Marily e Cruz estariam classificadas para Londres com folga. Com respectivamente 34 e 37 anos hoje, dificilmente pode-se imaginar que uma das duas estará presente no Rio de Janeiro em 2016. Só o tempo poderá dizer se a rígida medida da CBAt foi benéfica para a evolução da categoria feminina ou se apenas prejudicou duas fundistas credenciadas para ir aos Jogos.
fonte: http://www.webrun.com.br
@corredor-maringa
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